quarta-feira, 5 de março de 2014

                                                    
MENSAGEM PARA A QUARESMA 2014 PARA A PARÓQUIA SÃO BRÁS
“Uma só coisa: comportem-se como pessoas dignas do Evangelho de Cristo. Pois a vocês Deus deu a graça não só de acreditar em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Filipenses 1,27.29)

Inicio esta minha mensagem a você, caríssimo irmão e caríssima irmã, com as palavras do Santo Padre.
Peço que a leia atentamente e faça dela (deste trecho especialmente) seu caminho espiritual, como estímulo para seu exame de consciência pessoal e pastoral, em seu caminho de conversão pessoal e pastoral, rumo à Páscoa do Senhor.
Não à guerra entre nós
Dentro do povo de Deus e nas diferentes comunidades, quantas guerras! No bairro, no local de trabalho, quantas guerras por invejas e ciúmes, mesmo entre cristãos! O mundanismo espiritual leva alguns cristãos a estar em guerra com outros cristãos que se interpõem na sua busca pelo poder, prestígio, prazer ou segurança econômica. Além disso, alguns deixam de viver uma adesão cordial à Igreja por alimentar um espírito de contenda. Mais do que pertencer à Igreja inteira, com a sua rica diversidade, pertencem a este ou àquele grupo que se sente diferente ou especial.
O mundo está dilacerado pelas guerras e a violência, ou ferido por um generalizado individualismo que divide os seres humanos e põe-nos uns contra os outros visando o próprio bem-estar. Em vários países, ressurgem conflitos e antigas divisões que se pensavam em parte superados. AOS CRISTÃOS DE TODAS AS COMUNIDADES DO MUNDO, QUERO PEDIR-LHES DE MODO ESPECIAL UM TESTEMUNHO DE COMUNHÃO FRATERNA, QUE SE TORNE FASCINANTE E RESPLANDECENTE. QUE TODOS POSSAM ADMIRAR COMO VOS PREOCUPAIS UNS PELOS OUTROS, COMO MUTUAMENTE VOS ENCORAJAIS, ANIMAIS E AJUDAIS: «Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). Foi o que Jesus, com uma intensa oração, pediu ao Pai: «Que todos sejam um só (…) em nós [para que] o mundo creia»             (Jo 17,21). Cuidado com a tentação da inveja! Estamos no mesmo barco e vamos para o mesmo porto! Peçamos a graça de nos alegrarmos com os frutos alheios, que são de todos.
Para quantos estão feridos por antigas divisões, resulta difícil aceitar que os exortemos ao perdão e à reconciliação, porque pensam que ignoramos a sua dor ou pretendemos fazer-lhes perder a memória e os ideais. Mas, se virem o testemunho de comunidades autenticamente fraternas e reconciliadas, isso é sempre uma luz que atrai. Por isso me dói muito comprovar como nalgumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?
PEÇAMOS AO SENHOR QUE NOS FAÇA COMPREENDER A LEI DO AMOR. Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo amar-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de nós é dirigida a exortação de Paulo: «Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem» (Rm 12, 21). E ainda: «Não nos cansemos de fazer o bem» (Gál 6, 9). Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por ela». Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amore é um ato de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. NÃO DEIXEMOS QUE NOS ROUBEM O IDEAL DO AMOR FRATERNO!” (EG 98-101)
Quero alertá-los, irmãos, que o tempo da Quaresma nos deve conduzir justamente à reflexão sincera e à prática concreta no que diz respeito ao amor fraterno como ensinado e desejado por Cristo.
Este tempo da Quaresma quer nos impelir a refletir sobre nossa capacidade de crer em Deus e também de suportar os sofrimentos desta vida confiando em Cristo e também de amar o próximo como Cristo nos ama!
Devemos ter em mente que qualquer pessoa que sofre no mundo está sofrendo por algum fato ou situação dolorosa e penosa. No entanto, perde-se hoje a visão espiritual sobre o sofrimento (leia Salvifici Doloris de João Paulo II) e cresce aquilo a que o Papa Francisco chama de ‘mundanismo espiritual’ (EG 93) de tal forma que não muitos batizados conseguem ver mais na cruz de cada dia um caminho para se santificarem a si mesmos e servir a Deus.  Muitos já se cansaram de amar!!!
A estes especialmente eu digo, como aprendi do Senhor e me esforço diariamente por não esquecer: “No mundo haveis de ter aflições.  Coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16,33b)
Muitas vezes pedimos que Cristo tenha piedade de nós, mas talvez não tenhamos piedade de Cristo da mesma forma que Ele tem de nós: julgamos o próximo, condenamo-lo à morte, banimo-lo de nossos corações e de nossas orações, abrimos nossa boca para falar mal do próximo que nos feriu, desistimos de amar! E o pior de tudo isso é quando não há arrependimento sincero, contrição pelo pecado grave, grave mal, cometido; quando isso (julgar, condenar, falar mal, querer mal) passa a fazer parte do cotidiano e vai se embrenhando na consciência da pessoa de tal forma que tudo passa a ser ‘normal’.  Cada vez que agimos assim estamos sendo mundanos, irmãos!  E é preciso que sejamos espirituais, colocando em prática o que Cristo nos ensinou!
É chegada a nossa hora, caríssimos, de fazermos também a nossa parte, de “completar em nossa carne o que falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo que é a Igreja” (Col 1,24) e para que consigamos “é necessário que permaneçamos fundados e firmes na fé, inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvimos” (Col 1,23).
É chegada a nossa hora, irmãos e irmãs, de reagir a todo esse desamor em que temos vivido sendo os bem-aventurados do Evangelho (Mat 5,1-12), os pequeninos a quem se dirige a mensagem do Reino (Mat 11-25-26).  É chegada a hora de aprendermos de Jesus, manso e humilde de coração (Mat 11, 28-30) e sermos de fato como Ele é!
AGORA é o momento de retribuirmos isso (tanto amor de Deus por nós!) em nossas penitências e ações de caridade e no jejum. Essas três práticas penitenciais nos ensinam piedade, isto é, devoção filial. Essas três práticas nos fortalecem! Não devemos temer padecer por Jesus nem por causa de Jesus. Devemos entender que a mística da cruz e do martírio é um caminho de santidade, de santificação, de perdão e de amor.
Sejamos filhos e filhas obedientes!
Cristo, Seu Corpo, que é a Igreja, está partido por divisões diversas, porque muitos cristãos ainda são carnais, quiçá muitos de nós (1Cor 3), e Ele conta contigo, conta comigo, com todos nós, UNIDOS (como é desejo de Jesus [Jo 17,21]) para ser seu instrumento de reparação e amor em meio a tudo isso!
Por tal razão, devemos aprender a suportar tudo buscando ser a cada dia mais fiéis e piedosos, constantes e inabaláveis na fé que a Igreja nos transmite, porque essa é base que nos sustenta em Cristo, seja quando padecemos por nós mesmos, seja quando somos chamados a padecer por Jesus Cristo e seu corpo místico, “pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer perseguição (2Tim 3,12).
“Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.  Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda vez que tiverdes queixa contra outrem.  Como o Senhor vos perdoou, ASSIM perdoai também vós.  Mas, acima de tudo, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição.” (Col 3,12-15)

Por tudo isso e muito mais que o Espírito de Deus te conceda a refletir nesta Quaresma, eu te convido a estar atento(a) aos Seus sinais e a participar comigo deste riquíssimo momento da Igreja através de uma vida alicerçada na oração, na penitência e na caridade.
Como exercício prático de meditação e oração proponho a oração do Santo Terço, meditando exaustiva e diariamente os mistérios DOLOROSOS, e a Via-Sacra, que neste tempo da Quaresma rezaremos sempre às sextas-feiras pelas ruas, sempre partindo do Santo Sacrifício da Missa (às 19h00m) aqui da Paróquia.
Estas serão as ruas que percorreremos meditando o caminho da Paixão de Nosso Senhor, momento de oração para o qual te convido vivamente:


07/03 – Rua Frederico Lima
14/03 – Rua Delfina Alves
21/03 – Rua Tapajós-Borborema-Chuí
28/03 – Rua Leopoldino de Oliveira-Tatuí
04/04 - Rua Buriti
11/04 – Rua Soares Caldeira


08/03 (SÁBADO, EXCEPCIONALMENTE) – Sairemos da Paróquia às 15h00m em direção à Estrada do Portela, rezando e cantando, com a Via-Sacra.  TODOS, REPITO, TODOS SÃO CONVIDADOS!!!

Eu te imploro:  pense com amor e atentamente em tudo quanto eu aqui coloquei e em tudo o que o Espírito Santo colocar em sua mente e em seu coração.  Seja dócil a Ele nesta Quaresma e procure se arrepender sinceramente de seus pecados, buscando ter um coração cada vez mais contrito e amoroso para com Deus e com os irmãos, especialmente os mais difíceis: assim e somente assim nos assemelhamos a Deus!  Procure a confissão e se converta sinceramente de seus pecados!  Mude de vida, de atitude!

“Tu, portanto, meu filho, procura progredir na graça de Jesus Cristo. Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras.  É preciso que o lavrador trabalhe antes com afinco, se quer boa colheita. Lembra-te de Jesus Cristo...pelo qual estou sofrendo até as cadeias...pelo que tudo suporto por amor dos escolhidos, para que também eles consigam a salvação em Jesus Cristo...: Se morrermos com ele, com ele viveremos.  Se soubermos perseverar, com ele reinaremos.” (2Tim 2, 1.5-6.8a.9a.10.11b-12)

Santa Quaresma!
Pe Nivaldo A A Junior

Pároco

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